segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

«O meu coração está despedaçado, a minha família nunca mais vai reunir-se e isso entristece-me. Odeio este país onde as pessoas não fazem outra coisa senão morrer»


A criança vestida de verde brilhante, que aparece a gritar entre as vítimas de um atentado contra os xiitas em Cabul, numa fotografia que percorreu o mundo, chama-se Tarana.

Tarana - significa «melodia», em persa - ficou ferida no ataque cometido por um terrorista suicida. Sete pessoas da sua família morreram, entre elas o irmão mais novo, de sete anos. O pai, vendedor de hortaliças, não estava no local no dia do atentado, mas a mãe, ainda tem estilhaços no corpo.

«Pouco a pouco, comecei a reconhecê-los, e não conseguia parar de gritar, porque vi que estavam mortos ou estavam a morrer», contou.

Tarana sonha ser professora, embora, no Afeganistão, entre 1996 e 2001, os talibãs proibissem as mulheres de trabalhar, e as raparigas nem podiam ir à escola.

O fotógrafo Masud Hoseini chegou instantes depois da explosão e conseguiu fotografar a menina rodeada de corpos, gritando de terror com a roupa suja de sangue e as mãos abertas em sinal de impotência e desespero.

O repórter relata que «Quando me levantei, o fumo começou a dissipar-se, vi que estava no meio de um círculo de corpos. Só consegui chorar e comecei a tirar fotos à minha volta». Em determinado momento, «virei para a direita e vi essa menina, vestida de verde.

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2 comentários:

João Roque disse...

Quanta tristeza, meu Deus...

Ana de Freitas disse...

O meu grito: morrem lenta, lentamente/aos olhos de todo o mundo/não demorem/é urgente/actuar rapidamente/morrem a cada segundo.