segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A Bertrand do Chiado foi distinguida pelo 'Guinness' como a livraria mais antiga do mundo em actividade


Somos o nome do escritor/ A mão do leitor/ Somos livros

Alexandre Herculano, Aquilino Ribeiro e Eça de Queirós podem ser encontrados em qualquer livraria do País, mas a Bertrand do Chiado tem supremacia sobre todas elas: a particularidade de todos aqueles escritores terem sido seus clientes.

Os quase três séculos de existência patenteiam o espírito de resistência da Bertrand. Nem o Terramoto de 1755 nem a Guerra Civil Portuguesa fizeram estremecer esta marca no universo do mundo livreiro.

Um espaço ao lado da livraria, o número 15 da Rua Anchieta, foi restaurado e passará a chamar-se a Sala do Autor onde se realizarão tertúlias como a "Ler No Chiado" e lançamentos de livros. Foi nessa sala que José Fontana, durante 16 anos empregado da Bertrand do Chiado se suicidou por estar doente com tuberculose. Personagem real que inspirou o romance “Na próxima semana, talvez”, de Alberto Nessi.

Conta-se que nas salas da livraria, ninguém se atrevia a invadir o cantinho de Aquilino Ribeiro e ainda não há muito era possível encontrar naqueles corredores Fernando Namora ou José Cardoso Pires.

A Bertrand emitiu este ano um manifesto: "O fim é o princípio/ Uma página que se vira/ Somos a História. Desde sempre.", pode ler-se. É nele que a Bertrand recorda os períodos a que assistiu ("do terramoto à queda do muro"), os escritores que admira ("Somos todos os nomes, de Pessoa a Saramago") e conclui com: "Somos o nome do escritor/ A mão do leitor/ Somos livros".


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1 comentário:

João Roque disse...

Uma enorme honra!
Merece uma distinção...