O Chalet da Memória - magistralmente bem escrito
(apesar de ter sido ditado por força da doença). Tony Judt um
dos últimos grandes intelectuais, no auge da sua
degenerescência física, guia-nos pelas suas memórias, sejam as ruas da Putney
da infância, as reminiscências dos seus tempos de estudante ou o poder das
palavras. Cada ensaio evoca um episódio do passado, um cheiro, uma vivência, um
local, uma viagem de carro pelos Estados Unidos – tudo serve de pretexto para
um propósito duplo, a já citada evocação da memória mas, também as experiências
do Maio de 68 ou dos kibbutzim, ou do passado judaico da família. O Chalet da Memória reúne os últimos
ensaios publicados no New York Review of
Books construídos durante as noites de insónia numa fase já muito avançada
da esclerose lateral amiotrópica, a doença de Lou Gehrig, que vitimou o autor.
O historiador combateu a enfermidade com determinação, mas este não é um livro
sobre a doença, é sobre a vida porque a doença é o inferno e este “não é uma
experiência transmissível”, como escreveu Timothy Garton Ash. Pouco
tempo depois desta narrativa, Tony Judt, falecia.
Li-o ontem num
fôlego e é impossível não ficar inquieto com os depoimentos deste
historiador-escritor e ser humano excepcional. Aconselho esta
obra que nos torna mais humanos!
Ler AQUI
e AQUI
os artigos que Eduardo Pitta e Rui Bebiano escrevam sobre O Chalet da Memória,
na
Ler Livros & Leitores, de 5 de Dezembro de 2011. Ler ainda Anos
60: foram uma boa altura para ser jovem, artigo assinado por Beja Santos e The
Memory Chalet by Tony Judt - review, in The Guardian.
1 comentário:
o seu post foi citado na página do livro no Facebook, aqui
https://www.facebook.com/pages/O-Chalet-da-Mem%C3%B3ria-de-Tony-Judt/229245747140182
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