A cantora e diva dos pés descalços cabo-verdiana, Cesária Évora morreu hoje aos 70 anos
Cesária Évora foi a cantora cabo-verdiana de maior reconhecimento internacional de toda história da música popular. O género musical com qual ela mais se relacionava foi a "morna", por isso também recebeu o cognome de "Rainha da Morna" (mesmo tendo navegado pelos mais diversos géneros musicais).
Cesaria Evora iniciou a sua carreira de cantora no Mindelo, na ilha de São Vicente, há mais de quarenta e cinco anos. Ainda mal completara vinte anos já cantava amores desfeitos e o isolamento das ilhas de Cabo Verde, expressando uma maravilhosa melancolia, de que aliás são testemunho os registos da época, reeditados em finais de 2008, com o título “Rádio Mindelo”. Quer se fixe numa saudade com um apelo universal, ou se dissolva, sem alarde, nestas ilhas batidas pelo vento, essa melancolia atlântica continua a ser a marca original de Cesaria Evora.
Interpretando coladeras, canções inebriantes escritas para dançar, ou mornas (o blues caboverdiano), a sua voz prende inexoravelmente quem a ouve. Três anos depois de “Rogamar” a cantora caboverdiana volta com “Nha Sentimento”, um álbum simultaneamente sério e gracioso. Vítima de um acidente vascular cerebral (AVC) em 2008, quando da sua tournée pela Austrália, Cesaria prossegue, apesar de tudo, o seu caminho. Aos 68 anos – nasceu a 27 de Agosto de 1941 – a sua voz está certamente mais distante e um pouco menos flexível que em tempos passados, mas continua bem marcada pelas emoções que lhe deram renome universal, verdadeira Billie Holiday crioula da segunda metade do século XX.
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2 comentários:
Mais um triste acontecimento de um ano triste...
Uma grande diva. O mundo fica mais pobre.
Oiçamos a sua música.
Bj Luís
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